Governador não resiste à pressão do escândalo e demite secretário fura-fila

O governador Romeu Zema demitiu nesta quinta-feira (11), o Secretário de Estado de Saúde Carlos Eduardo Amaral (foto), que furou a fila de vacinação da Covid, além de autorizar cerca de outros 800 funcionários da SES, na Cidade Administrativa, a serem imunizados.

O escândalo chegou a ser minimizado pelo governador que chegou a afirmar que a vacinação do Secretário era um ato legal, mas a repercussão negativa foi grande e Zema acabou confirmando a demissão e nomeando o presidente da Fhemig, Fábio Bacheletti, para o lugar do secretário fura-fila.

Onde tem fumaça tem fogo

Desde o dia 27 de janeiro que os trabalhadores da Fhemig, representados pelo Sindpros, vieram a público denunciar que o pessoal da linha de frente do Hospital XXIII estava deixando de ser vacinado.

Na última quarta-feira (10/03) os trabalhadores voltaram a se mobilizar e denunciar a falta de vacinação para trabalhadores da linha de frente enquanto que o Secretário da Saúde, e mais 800 funcionários administrativos da Secretaria de Saúde, já tinham sido imunizados, conforme denúncia que a imprensa fez no dia 08/03 .

Os trabalhadores questionaram se as vacinas que deveriam servir os funcionários do João XXIII não foram usadas para imunizar os administrativos da SES. A destinação das doses pode ter sido mudada a pedido do Secretário demitido já que cada município retirou seu lote de vacinas vindas do governo federal. Fora os municípios, apenas as fundações Funed e Fhemig fizeram a retirada para imunizar seus servidores.

O SINDPROS já entrou com denúncia no Ministério Público pedindo a investigação para apurar o envolvimento da Fhemig.

Deputados abrem CPI

O desvio das vacinas é crime uma vez que os grupos prioritários, como os trabalhadores da saúde que estão na linha de frente, são preferenciais na vacinação dentro do Plano nacional de Imunização do Ministério da Saúde, por causa do alto risco de contaminação.

Faltou ética ao Secretário fura-fila, afirmam os deputados da Assembleia Legislativa, que instalaram Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Entre os 800 funcionários vacinados, existe a suspeita de que vários estão trabalhando de forma remota. De acordo com o presidente da ALMG, Agostinho Patrus (foto), os funcionários fura-filas, cujos nomes foram exigidos ao governo pelos deputados podem sofrer penas.